Sistema “pay per use” é Tendência na Hotelaria

Sistema “pay per use” é Tendência na Hotelaria
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O “pay per use” surgiu para o morador ou hóspede ter tudo que precisa, da forma que prefere e pagar pelo que escolhe

Na prática, o sistema “pay per use” (pague pelo uso, em inglês) foi empregado em condomínios para agregar valor e comodidade com a terceirização dos serviços mais procurados pelo morador, em um só lugar. O sistema “pay per use” também otimiza recursos financeiros ao atender os hóspedes exatamente nas quantidades das suas necessidades. É um sistema que tem por base a centralização, concentração e otimização de recurso. Exercendo importante conceito na gestão hoteleira, que vive um momento de transformação.

Os sistemas operacionais das grandes redes hoteleiras mais parecem dinossauros que amedrontam e não conversam com os hóspedes, até mesmo por terem sido moldados por uma política comercial do “não podemos errar”. Com isso, para atender toda essa excelência, o segmento hoteleiro promove o desperdício de: pessoal, insumos, água e energia; desperdício que tem sido insustentável para todos, inclusive para o meio ambiente. Nesse caso, quem paga o custo do erro são os moradores, os hóspedes e os investidores; quando a administradora hoteleira se isenta do cenário.

Administrar um negócio com margem ilimitada de desperdício é muito fácil e pouco rentável para os investidores, até os moradores e hóspedes percebem os desperdícios. Tal cenário de desperdício facilita o processo de trabalho de poucos e agrada à minoria. Já o cenário de sustentabilidade, formado por protocolos ambientais e voltados para a gestão de resíduos, é o que agrada a maioria dos consumidores conscientes. Qual consumidor não quer pagar exatamente pelo que consome?

 

O mercado já oferece o sistema “pay per use

O Presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Pedro Carsalade afirma que o sistema é uma tendência.

— Esses tipos de serviço vêm sendo oferecidos, principalmente, em condomínios maiores, onde muitas vezes o morador não tem uma área de serviço grande para comportar uma empregada doméstica. Eles também facilitam muito a vida de quem mora sozinho — diz Pedro Carsalade.

A administradora de condomínios Protel disponibiliza a central de serviços “pay per use” Smart Condomínio, em 50 empreendimentos, no Rio e em Niterói. A central faz, em média, 80 atendimentos mensais, 98% deles concentrados nos condomínios da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes – RJ.

— O condômino tem uma senha e um login para entrar em nosso site, onde acessa os dias e horários de disponibilidade, a descrição e a tabela de preços de cada serviço. O morador ainda pode preencher um campo com recomendações para quem for efetuar o serviço, por exemplo, a não utilização de um determinado produto de limpeza, por causar alergia — explica a gerente operacional da empresa, Cristiane Salles.

O presidente da Abadi, Pedro Carsalade, falou que normalmente os serviços “pay per use” são mais caros do que os solicitados sem intermédio do condomínio: “Por caracterizar terceirização, os preços costumam ser mais altos, podendo compensar mais do que manter um funcionário fixo, com o pagamento de salário.” Diferente da opinião do Pedro, acredita-se que não é por oferecer tamanha comodidade e concentrar a terceirização que os serviços serão mais caros. Pelo contrário! Tudo depende da empresa que opera o serviço.

 

O “pay per use” na hotelaria e em condomínio

O dia a dia corrido, trânsito caótico, falta de tempo, excesso de atividades e sobretudo a otimização de recursos financeiros associado à comodidade e ao conforto; são os ingredientes que têm feito cada vez mais pessoas procurarem por sistemas otimizados de condomínios, que funcionam também na hotelaria. O morador e o hóspede tem a sua necessidade real atendida e paga apenas pelo que consome. Foi pensando nos moradores que surgiu o conceito pay per use em condomínio, o qual vem sendo adequado à hotelaria e hospedagem.

Além de facilidade e comodidade, o “pay per use” em condomínio pode oferecer mais segurança, qualidade e preço aos moradores; evitando que os mesmos busquem fora o que podem encontrar no próprio empreendimento. No caso do segmento hoteleiro é bem diferente, pois o hóspede, o morador e o investidor do pool hoteleiro já estão seguros e confortáveis; o que falta é apenas a otimização dos recursos, sem desabonar o conforto e a comodidade superior (upscale).

Quem não gostaria de pagar o justo pelo conforto e a comodidade sob medida? O hóspede pode pagar apenas pelo que usa! Quantas vezes você esteve hospedado e as roupas de cama e banho foram trocadas por diversas vezes e a camareira limpou a suíte sem necessidade? E quando você observa a variedade de alimentos desperdiçados ou a quantidade de produtos químicos de limpeza, água e energia elétrica também desperdiçados?!

– Nos condomínios, o “pay per use” se traduz normalmente na prestação de serviços essenciais, como limpeza, arrumação, lavagem de carro, recreação e cuidados infantis, pet care e personal trainer. Podendo se estender para vários outros, dependendo do tamanho do condomínio, da necessidade e do nível econômico dos moradores.

 

Serviços que você escolhe e paga por eles

– No condomínio clube, com o incremento do “pay per use” também tem crescido bastante o conceito de “condomínio clube”. Veja: Tudo sobre condomínio clube

Tratam-se de condomínios onde além de morar, as pessoas encontram praticamente tudo o que se precisa, desde os serviços essenciais – que já comentamos -, até entretenimento com cinema, lojas, academias, ou seja, como se fosse um bairro dentro do condomínio.

– Na hotelaria, o “pay per use” é a solução para quem deseja pagar apenas pelo que usar, evitar o desperdício e a geração de poluentes. Os hóspedes dos Eco Resorts observam e valorizam bastante os programas e as ações que evitam serviços consumidos de forma desnecessária – limpeza e arrumação; serviço de quarto; troca de roupas de cama, mesa e banho; exposição de alimentos perecíveis em grande quantidade etc.

O hóspede pode optar pelos serviços disponíveis, quantidade de itens e de trocas; e dispensar os outros produtos e serviços que não lhe fazem falta. As opções podem variar – cuidados com animais domésticos (pet care); cuidado com o automóvel ou a bike; personal trainers; guia para trilhas de caminhada ou bike; SPA com terapias; troca de roupas de cama, mesa e banho; alimentação e café da manhã; serviço de translado Brasília / Resort / Brasília e Passeios locais.

Na alimentação, o hóspede escolhe a diária com ou sem café da manhã, almoço e jantar; o cardápio do café da manhã é montado pelo hóspede e a sexta de café da manhã é entregue no quarto ou servido no restaurante ou no mirante.

O interessante é que os atrativos sejam livres – piscinas, sauna, quadra, parque infantil, salão de jogos, parque recreativo de atividades ao ar livre para idosos, trilhas de bike para todas as idades; salvo as trilhas completas do aplicativo Longevidade com Qualidade que são reservadas previamente com o guia.

 

Benefícios do “pay per use” na hotelaria

As despesas fixas enxutas do empreendimento hoteleiro – manutenção, insumos, estrutura de pessoal administrativa e operacional – refletem diretamente no menor valor de condomínio para o pool hoteleiro e no menor valor da diária para o hóspede; ao reduzir os gastos fixos.

As despesas variáveis geradas pelas escolhas dos usuários não estarão inseridas nos custos operacionais. O hóspede decide: quantas toalhas, travesseiros, quantas trocas, quantos serviços de quarto, o que comer, o que usar dos serviços adicionais etc. O ideal é manter apenas o básico na base de custo da hospedagem: 01 limpeza na saída da UH (entregue limpa e higienizada) e a despesa básica estrutural.

No exemplo do caso em específico do Eco Resort que implantou uma Eco Vila de colaboradores para promover a solução socioeconômica na região, os colaboradores tiram o sustento da agricultura familiar que atende ao Eco Resort; esses colaboradores são treinados para atenderem ao Resort no momento necessário, cabendo a terceirização da mão de obra no momento de escolha do hóspede.

É importante frisar a necessidade dos colaboradores contratados para manterem e atenderem à estrutura do empreendimento – jardinagem, limpeza das áreas comuns e UHs. Assim como, o volume necessário de colaboradores na Eco Vila para atenderem as escolhas dos hospedes.

 

Outros segmentos implantam o pay per use

O pay per use cai muito bem em quitinetes ocupadas por pessoas que passam o dia fora e não têm tempo para limpar e arrumar a casa ou cuidar do carro. Basta a contratação de uma empresa que fique responsável pela prestação dos serviços.

Essa pode ser uma iniciativa do síndico, atendendo a pedidos dos condôminos ou pensando em oferecer maior comodidade. Pode vir como uma sugestão da administradora, ou ainda, moradores que prestam determinados serviços e se colocam à disposição dos vizinhos, passando a atendê-los dentro do condomínio.

Quem administra a operacionalização dos serviços precisa conhecer o que está sendo contratado, como é a empresa, qualidade, idoneidade, etc. Tudo deve ser feito dentro da legalidade e seguindo as normas do condomínio para a contratação de prestadores de serviços.

 

Conclusão

O conceito “pay per use” consolidado em condomínio-clube encontra a aderência também do segmento hoteleiro. O sistema veio para se estabelecer, atendendo ao público-alvo cada vez mais exigente e consciente dos seus direitos e deveres. Assim já sabemos, que ninguém agrada a gregos e troianos; também sabemos que ninguém gosta de pagar por àquilo que não consome e que todo consumidor compra benefícios – sem benefício a atração comercial é fraca.

Temos exemplos claros dos prejuízos ocasionados pelo desperdício na hotelaria, o mais comum é no pool hoteleiro onde é exigido do proprietário / investidor o pagamento das taxas de administração com ou sem o retorno financeiro da reserva; os proprietários de 2ª residência no Eco Resort também pagam as taxas para manter dezenas de colaboradores esperando o possível hóspede; esses gastos são diminuídos drasticamente com um processo de gestão enxuto e com a utilizado do sistema “pay per use”.

Outros exemplos são os benefícios dos serviços que o hóspede ou morador escolhe e paga por eles. Com o “pay per use” o hóspede exigente e esbanjador ou o hóspede econômico são atendidos em tudo que querem, da forma que querem e quando querem; sendo que, ambos pagam exatamente pelo que consomem. No sistema antigo, o hóspede econômico e consciente paga pelo hóspede esbanjador e pelos desperdícios dos erros do processo de gestão.

O “smart pay per use” pode disponibilizar o acesso aos serviços pelo aplicativo ou site do hotel, resort ou condomínio; para agendar horários, pesquisar preços, avaliar a descrição dos serviços e facilitar ainda mais a gestão do sistema e a comunicação com o usuário. O empreendimento pode interagir com o hóspede ou morador, prestado informações relevantes e sobretudo o ouvindo. Os preços do sistema “pay per use” devem ser competitivos e compatíveis com o mercado para que, além do conforto e da comodidade, atraiam os moradores e os hóspedes pelo valor agregado; e não apenas pela redução de custo financeiro. Valendo-se sobretudo do apelo ambiental perante os turistas, hóspedes e moradores; da prática da gestão ambiental e da gestão de resíduos, que tornam o empreendimento verdadeiramente ecológico e sustentável à vista de todos.

Por Paulo Eduardo Dubiel – Publicitário e Jornalista Profissional, graduado em Gestão de Marketing, com MBA em Gestão de Negócios, pós-graduação em Gestão da Inteligência Emocional e Gestão Pública de ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.  

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